ATA DA SEPTUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 19-8-2010.

 


Aos dezenove dias do mês de agosto do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 682477, 684204, 719171, 723492 e 735098/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, tendo-se manifestado a respeito o vereador Bernardino Vendruscolo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/10, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Legislativo nos 144, 145, 146 e 147/10, discutidos pelo vereador Bernardino Vendruscolo, e o Projeto de Lei do Executivo nº 026/10, discutido pelo vereador João Antonio Dib e pela vereadora Fernanda Melchionna; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 125, 076/10, este discutido pelos vereadores João Antonio Dib e Toni Proença, 117/10, discutido pela vereadora Fernanda Melchionna, e 139/10, discutido pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha Negra, Dr. Raul, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Mauro Pinheiro, este pela oposição, Airto Ferronato e Dr. Thiago Duarte, este pelo Governo. Ainda, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelos vereadores Pedro Ruas e Reginaldo Pujol, solicitando que as inscrições para os períodos de Comunicações e Grande Expediente da presente Sessão fossem transferidas para a Sessão Ordinária do dia vinte e três de agosto do corrente. Às quinze horas e vinte e quatro minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e Mario Manfro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de fazer um Requerimento no sentido de entrarmos diretamente na discussão preliminar de Pauta. Há quórum para isso, e é importante para o andamento dos trabalhos.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Quero pedir a reconsideração do Ver. João Antonio Dib. Há vários dias, o nosso Grande Expediente está parado, e, pelo que se nota, Vereador, não há pretendentes para falar - ao menos é o que se vê. Aí passamos adiante, imediatamente entramos na Pauta, e atenderemos ao pedido do Ver. João Antonio Dib em cinco minutos. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Há concordância nesse sentido, Vereadores? (Pausa.)

(Aquiescência dos Srs. Vereadores.)

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Paulo Marques está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

A Verª Juliana Brizola está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

Está encerrado o período de Comunicações.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Paulo Marques está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Ausente.

Está encerrado o Grande Expediente.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2728/10 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que altera o parágrafo único do art. 109 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, excepcionando de impedimento para o recebimento de benefício fiscal a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Arrendamento Residencial por ela gerido.

 

PROC. Nº 3021/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/10, que institui abono salarial aos detentores de cargos efetivos de Médico da Secretaria Municipal de Saúde, da Administração Centralizada do Município, estende o abono salarial aos Médicos municipalizados que desempenham suas atividades em órgãos dessa Secretaria e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3022/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Aldo Sani o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7075.

 

PROC. Nº 3023/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Canísio Binsfeld o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7077.

 

PROC. Nº 3024/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ivo Walter Kern o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7071.

 

PROC. Nº 3025/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Wilson Conceição Bona o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7074.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1620/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/10, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que assegura à criança e ao adolescente vaga na escola da Rede Municipal de Ensino mais próxima de sua residência e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2578/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/10, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, que inclui no Anexo à Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre e organiza e revoga legislação sobre o tema –, no dia 30 de julho, o Dia Municipal do Escritor Gaúcho.

 

PROC. Nº 2698/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Roberto Sffair.

 

PROC. Nº 2930/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/10, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que denomina Rua Rosane Dubin Wainberg o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 6319 – Loteamento Caminhos de Belém –, localizado no Bairro Espírito Santo.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta é um momento muito importante da Sessão, é quando nós tomamos conhecimento dos Processos que vão ser debatidos nas diferentes Comissões e, depois, no Plenário, para a decisão final.

Nós temos uma série de Projetos, hoje, na Pauta, de denominação de logradouros, o que também é muito importante, porque ninguém gosta de morar na Rua 1, Rua 2 ou Rua A, B, enfim, com letras ou números, ou até com os dois juntos.

Há um Projeto aqui que vem sendo razão de discussão há bastante tempo, o que institui o abono salarial aos detentores de cargo efetivos de Médico da Secretaria Municipal da Saúde da Administração Centralizada do Município e estende o abono salarial aos Médicos municipalizados que desempenham suas atividades nos órgãos da Secretaria e dá outras providências. É o abono mensal de quinhentos reais retroativos ao mês de maio e que, de acordo com o Projeto, será mantido até que o Plano de Carreira dos médicos seja estabelecido. Eu, como servidor municipal por vocação, formação e convicção, entendo que a modificação do Plano de Carreira deveria ser de todos os servidores, e não apenas desse ou daquele grupo, até porque a Lei Orgânica assim o determina.

O Ver. Aldacir José Oliboni tem mais um Projeto que (Lê.): “assegura à criança e ao adolescente vaga na escola da Rede Municipal de Ensino mais próxima da sua residência e dá outras providências”. Eu penso que isso já funciona na Rede Municipal, mas, de qualquer forma, terá que ser analisado melhor, e, inclusive, o Executivo poderá nos informar.

Os outros Projetos não têm dificuldade maior de serem analisados, mas, de qualquer forma, era importante fazermos esta 1ª Sessão para discutir a Pauta, para que, na segunda-feira, fazendo a 2ª Sessão, se possa analisar, já na Ordem do Dia, com uma solicitação de urgência, o Projeto do Executivo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e todos que nos assistem, venho a esta tribuna para fazer um comentário em razão de vários Projetos que denominam próprios Municipais - dando nome de rua, em outras palavras -; Projetos esses que são de extrema importância. E falo isso com muita tranquilidade, porque não sou autor de nenhum destes Projetos, mas, para que se tenha uma ideia, as ruas que estão recebendo nome atualmente são denominadas 7075, 7077, e por aí vai, Ver. DJ Cassiá; ruas que não têm nome, ruas que são denominadas por números.

E eu quero falar aqui, Ver. Toni Proença, da preocupação deste Vereador - preocupação essa que eu tenho há muito tempo - com o que está ocorrendo, Ver. Nedel, enquanto nós não dermos nomes àquelas ruas: aqueles imóveis que lá estão sendo construídos, as várias unidades de um edifício, por exemplo, estão recebendo, em suas matrículas, DJ, um nome. Qual é o nome? O número antes por mim referido. E vejam só, senhores, o mais delicado, o mais grave: enquanto nós estamos aqui dando nomes, lá estão construindo, e os proprietários desses imóveis localizados nessas ruas posteriormente terão que ir individualmente no Registro de Imóveis com a cópia da Lei que nós estamos aprovando aqui. Quer dizer, é toda uma burocracia, um custo que eu julgo injusto. Julgo injusto! Vou lhes dar um exemplo: Rua Fábio Araújo Santos, localizada no Condomínio Cidade Jardim, no bairro Teresópolis. Há mais de quinhentos apartamentos naquele conjunto, mas os proprietários daqueles imóveis só terão, na matrícula, a atualização desse nome se forem lá fazer individualmente, se fizeram depois do período em que o Sr. Socias Villela foi Prefeito, porque foi naquela época que foi dado o nome de Fábio Araújo Santos. Quem não providenciou individualmente, consta como se morasse na Rua 24, por exemplo; só tem o endereço atualizado para Fábio Araújo Santos quem pegou a matrícula, foi individualmente no Registro de Imóveis, apresentou cópia da Lei e pagou do seu bolso para atualizar e averbar na matrícula o endereço do seu imóvel. Esta é uma questão que nós precisamos enfrentar. Parece-me que é uma parceria do Poder Executivo com os registradores, porque não é justo impor às pessoas esse custo, esse trabalho e essa burocracia. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, meus cumprimentos pela sua Emenda à Lei Orgânica, que altera o parágrafo único do art. 109 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, excepcionando de impedimento para o recebimento de benefício fiscal a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Arrendamento Residencial por ela gerido.

Ver. Tessaro, eu tenho, com relação ao Fundo de Arrendamento Residencial, uma posição de resistência pela maneira com que ele é apresentado. Eu acho que não se erraria em confessar que o objetivo é condicionar uma espécie de moratória entre os usuários dos programas de habitação promovidos pela Caixa na faixa de baixa renda; uma moratória entre o ingresso no programa, seu comportamento e, num determinado momento, uma avaliação, se ele poderia ou não se transformar em proprietário daquela área. Só que, Vereador, de certa forma, V. Exª pode dizer: “Mas o que tem a ver o meu Projeto com isso?” Vamos chegar lá. A forma como a coisa está sendo colocada - e eu não estou dizendo que ela seja errada em si; eu estou dizendo que a sua colocação... Eu disse, hoje pela manhã, para o gerente da Caixa que o desejo de promover o Programa Minha Casa, Minha Vida e os mecanismos que estão sendo utilizados levam a essa distorção, porque não é dito, com clareza, para as pessoas que vão morar nessas casas que elas não estão comprando a casa. Especialmente, na faixa de zero a três salários mínimos, Ver. Paulinho Rubem Berta, sequer aquele pagamento que eles fazem é uma prestação da casa própria. Não! Aquilo é uma contrapartida que ele oferece, diríamos, que é um aluguel que ele está pagando, em última instância. E, por isso, muitas pessoas, nesta Cidade, vão acabar sendo vítimas de uma espécie de engodo, até porque, Ver. Tarciso Flecha Negra, esse Programa Minha Casa, Minha Vida, na faixa de zero a três salários mínimos, não é mais do que uma bela expectativa. Na semana passada, inclusive, o jornal Folha de São Paulo, Verª Fernanda Melchionna, insuspeito, informava que nesta faixa, do total de duzentas mil unidades habitacionais previstas ou quatrocentas mil, 1,2% havia sido concluída, e somente 570 estavam, efetivamente, entregues e habitadas.

Faz dois anos que se fala deste Programa, e os resultados são, no meu entendimento, nesta área, pífios, baixos, até ridículos se compararmos com a ostentação com que é divulgada a sua implantação.

Hoje, pela manhã, inclusive, Vereador-Presidente, o Prefeito assinou um Projeto de Lei que vai nos encaminhar - e que, certamente, nós vamos apoiar, porque nós não criamos a menor dificuldade -, isentando do pagamento do Imposto sobre Serviço os investidores, os construtores nesta faixa. Mais de uma demonstração da Prefeitura de contribuir com este Projeto; a Prefeitura, que já contribuiu doando, transferindo para a Caixa Econômica Federal vários terrenos, como forma de provocar o deslanche disso aí.

Vereador, vou voltar a esse assunto posteriormente. Quero cumprimentá-lo por ter ingressado com o Projeto, porque ele possibilita uma discussão em torno desse assunto e, quem sabe, até algum arredondamento dessa situação. Meus cumprimentos, Presidência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores, nesta oportunidade quero me referir ao Projeto de Lei do Legislativo n° 076/10, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, Projeto que propõe que seja assegurada à criança e ao adolescente vaga na escola da Rede Municipal de Ensino mais próxima de sua residência e dá outras providências.

A intenção do Vereador certamente é louvável, mas esse regramento já está assegurado por Lei Federal; mais do que isso, já é prática no Município de Porto Alegre a realização da matrícula das crianças e dos adolescentes na Rede Municipal, e no estabelecimento de Ensino Municipal mais próximo da sua residência.

Quero aproveitar, já que estamos tratando dos temas educação e escola, para registrar o início do funcionamento, Ver. Reginaldo Pujol, da Escola Técnica da Restinga, embora esteja em prédio provisório, alugado, já que ainda não ficou pronto o prédio definitivo, em área do Distrito Industrial. A escola da Restinga é, na verdade, a realização de um objetivo perseguido há muito pela comunidade local e pela comunidade escolar de Porto Alegre. O alcance desse objetivo traz aos jovens da Restinga e arredores a possibilidade da sua formação em Ensino Técnico. E nós sabemos que esses Ceitec’s, agora revitalizados pelo Governo Federal, que está disseminando escolas técnicas por todo o Brasil, são uma oportunidade de formar mão de obra, de capacitar os nossos jovens para o mercado de trabalho. Nós sabemos que, quando o mercado está aquecido, existe a necessidade de mão de obra, e existe pouca disponibilidade de mão de obra qualificada, principalmente entre os jovens do Brasil. Por isso, aproveitando a oportunidade em que se instala a Escola Técnica da Restinga, quero louvar o esforço de trabalharem em prédio locado até que o prédio definitivo fique acabado.

Nós temos, nos jornais de hoje, notícias de que jovens, principalmente da periferia de Porto Alegre, estão matriculados, e, dentro de pouco tempo, em cursos de dois anos, um ano e oito meses, estarão formados, inclusive, com uma turma, Ver. Mario Manfro, de Técnicos em Turismo, já objetivando a Copa do Mundo de 2014.

Nós tivemos, ontem à hoje, um exemplo de como é importante um evento futebolístico de porte, Verª Fernanda Melchionna. Quero cumprimentar todos os colorados, que conquistaram a América, mas quero fazer o registro da importância de um evento esportivo assim, Ver. Tarciso. Vejam que nós tivemos lotação esgotada em todos os hotéis de Porto Alegre, e isso traz renda, traz emprego e traz melhoria na qualidade de vida de todos.

Também quero fazer aqui o registro de que foi acertada a decisão do Município e do Governo do Estado de encerrar as atividades às 16h. Não tivemos nenhum engarrafamento, nenhum transtorno na Cidade, a não ser um belo clima de festa que resultou no bicampeonato do Internacional. Foi uma decisão acertada, e eu quero cumprimentar a Prefeitura e o Governo do Estado por terem tomado essa decisão, e também a Presidência da Casa. Parabéns a todos! A Cidade ganhou muito com esse evento, tenham certeza.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e todos que nos assistem, primeiro, Presidente, quero cumprimentar todos os colorados. Parabéns por esse feito não só para o Rio Grande do Sul, mas para o Brasil. Quero parabenizar também o capitão do time, o Bolívar; fui padrinho de casamento do pai dele e vi esse guri nascer. Parabéns! Em nome do capitão Bolívar, querem parabenizar todos os jogadores colorados e todos os torcedores colorados. Parabéns. Eles brincavam comigo, quando eu estava vendo o jogo, junto com alguns colorados, mas o meu sentimento não é o mesmo de um torcedor fanático - peço desculpas aos gremistas e a todos -; é um sentimento de ex-jogador de futebol, que viveu lá dentro também e que cantou esse Hino Nacional, de chuteira, dentro do campo, em Tóquio. Então, a gente sabe como é difícil. E o sentimento que os jogadores do Internacional trouxeram para o Rio Grande do Sul, ontem à noite, Fernanda, quando escutamos o Hino Nacional, foi um sentimento de Brasil. Esta é a verdade, nós pensamos no Brasil em seu todo, porque o nosso Hino Nacional é bonito.

Aproveitando o grande feito do Internacional ontem, eu quero falar nas crianças que jogam nos campinhos de várzea, porque é ali que nasce um bolívar, um índio, com alma gaúcha. Aquilo que vocês viram no Beira-Rio e o que vocês viram no Grêmio, em Tóquio, é essa vontade, essa garra que só o gaúcho tem, de virar uma partida, como aconteceu com o Grêmio, em Tóquio, na prorrogação, quando virou o resultado, trazendo o Título para dentro do Rio Grande do Sul. Isso está dentro do gaúcho.

Então, gente, eu peço a todos os Vereadores, Vereadoras e a todos as pessoas que nos assistem que não acabem com os nossos campinhos de várzea, porque ali é o nascedouro da nossa alegria, da alegria do torcedor e da minha alegria, porque hoje eu sou torcedor. Ali nasce todo o sonho de uma criança e de um torcedor. Esses campinhos são importantes - eu venho aqui e fico batendo no mesmo assunto. Ontem eu vi o Pelé entregando a Taça, ele, que tanto fala nas criancinhas, e temos nesses campinhos de várzea não só o futuro do esporte, do futebol, mas o futuro de cidadãos, da cidadania, é ali que a gente se forma, é ali que a gente aprende a construir o nosso sonho.

Eu peço aos Vereadores e Vereadoras que nos ajudem. Essa bandeira é nossa, gente! Essa bandeira não é do Tarciso Flecha Negra; essa bandeira é de todos nós. Temos a obrigação de dar esse sonho, de dar esse caminho para essas crianças, para que, amanhã, eles se tornem os grandes vencedores do Grêmio, do Internacional, do Caxias, do Juventude, de todos os clubes aqui do Sul. Quero agradecer, de coração, e dar, mais uma vez, parabéns ao Internacional pelo feito!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras e todos que nos assistem, este momento de Liderança é um momento importante na Sessão, onde podemos externar posições sobre importantes questões aqui da nossa Cidade.

Eu venho aqui para me manifestar, como médico e Vereador, no sentido de dizer o quanto é positivo, agora, para a categoria dos médicos do Município de Porto Alegre, tanto para os municipários quanto para os municipalizados, que chegue aqui na Casa esse Projeto que foi encaminhado pelo Executivo, concedendo aos colegas médicos - municipalizados e municipários - um abono salarial emergencial retroativo a maio, para que possamos dar um pouquinho mais de dignidade a esses profissionais, porque, na realidade, temos uma defasagem muito maior em relação à classe médica no Município de Porto Alegre. Não é à toa que nós temos uma dificuldade muito grande em repor os profissionais médicos na Rede Pública Municipal, porque muitos deles, cedidos como municipários ou municipalizados, estão só esperando a aposentadoria para que possam sair do serviço público.

Está na hora de fazermos uma grande e importante reflexão sobre o que nós queremos para a Saúde em Porto Alegre, se nós queremos uma Saúde pública realmente com qualidade, com abrangência, com uma atenção para toda a sociedade - e nós sabemos que 80%, ou mais, da sociedade depende do Sistema Público de Saúde. Então, está na hora de nós darmos aquele passo a mais no sentido de que, realmente, o Plano de Carreira que está agora sendo discutido com a Prefeitura Municipal, a ser implantado provavelmente ainda este ano ou em 2011 - já havendo previsão orçamentária para tal - possa, realmente, dar uma sinalização positiva para a Saúde pública da nossa Cidade. Todos os profissionais de Saúde são importantes, nós sabemos disso, mas Medicina, Saúde pública, se faz com Médico no posto, com o Auxiliar de Enfermagem e todos os outros profissionais da Saúde, Enfermeiros, Técnicos, que são importantes. Hoje, inclusive, virá um Projeto para a Casa, pelo qual transformaremos os cargos de Auxiliar em Técnicos de Enfermagem. Mas, sem o Médico lá na ponta, a questão da Saúde pública não tem fundamento. Não se faz saúde com paredes apenas; faz-se com atendimento, e um atendimento qualificado, à população pelo médico, por toda a equipe de Saúde, mas muito especialmente pelos profissionais médicos. Então precisamos dignificar essa categoria através de uma valorização importante não apenas com um abono, mas um abono já é um avanço. Eu diria que migalhas também são pães. Então nós estamos pegando um pequeno pedaço desse pão, que deveria ser muito maior para toda a classe no Município de Porto Alegre. Claro que é necessário que haja ajustes - precisamos nos entender melhor.

A questão das UPAs, no Município, precisa ser melhor resolvida. Nós estamos há quase dois anos em marchas e contramarchas, e parece que vamos permanecer nessas marchas e contramarchas, quando já existem recursos, já existem locais previamente discutidos, enfim, já existe toda a possibilidade de transformarmos esta realidade, dando uma Saúde melhor para o povo porto-alegrense no que diz respeito, também, às suas emergências. E isso se fará através da construção das Unidades de Pronto Atendimento aqui na nossa Cidade. Vamos avançar nisso, vamos nos entender, vamos fazer com que a coletividade realmente se entenda junto com o Ministério, com o Estado, com o Município, e que possamos avançar, e avançar rapidamente, na questão das UPAs na cidade de Porto Alegre.

Muito obrigado, e saúde para todos nós, que é o mais importante para que possamos atingir os nossos objetivos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srs. Vereadores, colegas, antes de entrar no tema da Cidade, do Plano Diretor, o qual votaremos daqui a pouco, Ver. Pedro Ruas, na Comissão Especial, eu gostaria de fazer uma saudação muito especial aos colorados, às coloradas, aos gaúchos, às gaúchas e ao Sport Club Internacional; uma saudação daqueles que acompanharam toda essa trajetória que permitiu um Bicampeonato da Libertadores da América, Ver. Tarciso, e também que reconhecem que o Internacional está resgatando uma frustração nacional - a que nós tivemos na Copa do Mundo agora, deste ano, quando o nosso Brasil, infelizmente, não conseguiu chegar até a final e conquistar esse outro título. E o Internacional, ao conquistar a Libertadores da América, fez essa conquista também em nome do Brasil e, certamente, vai conquistar, em nome do Brasil, o Campeonato Mundial, colocando novamente os torcedores e as torcedoras, brasileiros e brasileiras, em destaque internacional e, mais uma vez, colocando nas mãos dos nossos jogadores e da nossa Nação uma taça tão importante, reconhecendo o brilhantismo do futebol. Digo isso, porque, além de gaúcha e muito orgulhosa do jogo de ontem, além de colorada e muito orgulhosa do nosso Internacional, todos nós somos brasileiros e brasileiras, e não tenho dúvida de que a maioria estará torcendo pelo Internacional em 18 de dezembro, quando da final do Campeonato do Mundo.

Quero, também, depois de fazer essa saudação necessária, neste dia de hoje, debater a questão do Plano Diretor, pois votaremos agora, na Comissão Especial, os Vetos do Prefeito a todo o trabalho que nós fizemos durante nove meses, Ver. Paulinho Rubem Berta. Durante nove meses, a nossa Comissão discutiu, rediscutiu com representantes do Executivo, que vieram permanentemente a esta Casa, para que o Prefeito fizesse uma quantidade de Vetos, Ver. Pedro Ruas, que chega a ser assustadora. Ele vetou temas fundamentais que foram incorporados a partir da demanda das entidades da sociedade civil e das entidades que se reuniam permanentemente às quartas-feiras. Foram vetadas Emendas que poderiam preservar a orla do Guaíba, numa metragem de 60 metros, garantindo o equilíbrio ambiental, garantindo a utilização pública do espaço de orla do nosso rio Guaíba, querido por todos os porto-alegrenses, por todos os gaúchos e turistas que conhecem a nossa Cidade. Lamentavelmente, a Emenda que previa 60 metros de preservação foi vetada pelo Prefeito Fortunati.

Vossa Excelência, Ver. Pedro Ruas, sempre disse nesta tribuna que a legislação internacional prevê 500 metros. A legislação internacional prevê a preservação de 500 metros das áreas de orla! Em Porto Alegre, nós aprovamos apenas 60 metros, e, mesmo assim, o Prefeito Fortunati vetou!

Nós estamos vendo o aquecimento global, estamos vendo a consequência desse modo de destruição da natureza, de lucro acima da vida, com consequências dramáticas no Paquistão, na China, no Brasil. Em Alagoas, quantas pessoas perderam as casas e as suas vidas por conta das mudanças climáticas e das chuvas que levaram tudo! E o que nós vemos é a Prefeitura de Porto Alegre andar na contramaré da responsabilidade histórica que seria necessária para um Prefeito que tivesse compromisso com o meio ambiente e com a preservação ambiental.

Quero registrar essa lástima, o lamentável Veto do Prefeito, mas eu tenho muitas esperanças. Dizem que os jovens, em geral, têm muitas esperanças no futuro. Eu tenho esperança de que esta Câmara, de que estas Vereadoras e estes Vereadores que hoje votarão na Comissão Especial os Vetos do Executivo derrubem o Veto do Prefeito e que a Câmara de Vereadores mantenha o que há de mais progressivo no que nós votamos no Plano Diretor da nossa Cidade, que foi a democracia popular, por um lado, fruto da Emenda e, depois, assinada pelo Ver. Airto Ferronato, mas, sobretudo, que mantenha o equilíbrio ambiental e defenda a preservação da orla do nosso querido Guaíba. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Muito rapidamente, Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, que quero dizer que, em Pauta, há três Projetos que são importantes. Vou me deter, primeiramente, no de nossa autoria, Ver. Pedro Ruas, que é a inclusão, no Calendário Oficial, do Dia do Escritor Gaúcho. Parece algo simbólico, para aqueles que ouvem, incluir no Calendário Oficial da Cidade o Dia do Escritor Gaúcho, mas é fundamental que façamos um movimento contrário ao que tem ocorrido nas grandes livrarias, sobretudo as “ponto com”, que nem sede têm na nossa Cidade e que ofertam, em geral, os best-sellers de que a maioria de nós gosta, mas, infelizmente, não existe um espaço privilegiado e não existe uma política de divulgação permanente da qualidade literária dos nossos escritores gaúchos.

Nós, Ver. Toni Proença, Verª Sofia, que somos parte da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, sabemos dos enormes desafios que temos para consolidar as políticas públicas de leitura, que passam, sim, pela Educação, pelo acesso ao livro, pela valorização das bibliotecas em uma ponta, mas também passam, em outra ponta, pela valorização daqueles que produzem, que escrevem. A quantidade de jovens escritores que vemos, no nosso Estado, que não têm condições de publicar um livro é gigantesca, e nós, como Vereadores e Vereadoras, temos que ter essa preocupação permanente, apresentando políticas públicas que ajudem a mudar essa conjuntura, essa caracterização.

Eu queria dizer que nós temos certeza de que o nosso Projeto será aprovado com o apoio dos Vereadores e das Vereadoras. Temos que avançar também no sentido de fazer uma campanha de conscientização, de divulgação junto às livrarias, sebos, enfim, propondo que, no Dia do Escritor Gaúcho, uma vez por mês, haja uma valorização das estantes vinculadas à Literatura gaúcha, lembrando a quantidade de escritores maravilhosos que são parte do nosso Estado: Érico Veríssimo, Simões Lopes Neto, Luis Fernando Veríssimo...

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) É só um registro, Verª Fernanda, da importância deste Projeto, que é, na verdade, de autoria intelectual de Vossa Excelência. Nós já tivemos tempos melhores para os escritores gaúchos, e nós temos que fazer as novas gerações acreditarem que também podem: elas podem ser escritoras, eles podem ser escritores, e acho que este é um começo que mostra uma valorização, o poder ser, acreditar que pode acontecer, e isso vai fazer com que tenhamos novos éricos, novos simões, novos tabajaras ruas, novos assis brasis, e teremos outros.

Então, parabenizo V. Exª e registro que isso faz diferença, e bastante, na prática. Obrigado.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Pedro Ruas, que, como sempre, faz um comentário muito pertinente e um aparte brilhante. Acho que este é o nosso desafio, inspirar, dar exemplos, valorizar e mostrar que é possível e que há espaço para os novos escritores.

Eu estava numa palestra, na terça-feira, pela manhã, na qual um jovem levantou a mão e disse que escrevia, já tinha dois livros escritos e que, até agora, não tinha conseguido publicar, porque, infelizmente, não vende, porque tem dificuldades, enfim, um jovem brilhante. Olhei o material dele, e vi que ele escrevia muito bem. Que perspectivas tem um jovem que escreve, que é criativo, com muitas ideias e que pode, inclusive, estar fazendo falta para milhares e milhares de pessoas que poderiam estar lendo as suas reflexões, se existe esse grau de pouca valorização dos escritos?

Para concluir, eu queria lembrar do Projeto que veio hoje do Executivo, sobre o abono dos médicos. Nós temos que, primeiro, reconhecer a luta permanente que fizeram os médicos e médicas, em Porto Alegre, para que houvesse uma valorização profissional e, sobretudo, concursos para ser possível responder à demanda de Saúde pública da nossa população, que tem sofrido nas filas, nos hospitais, que tem sofrido por falta de atendimento e de medicamentos. Nós estaremos também, permanentemente, Dr. Thiago, lutando pelo Plano de Cargos e Salários, porque nós não aceitamos só o abono. Evidentemente estaremos acompanhando o abono, mas nós queremos que o Prefeito mande para esta Casa um Plano de Cargos e Salários para todos os profissionais da Saúde. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero iniciar concordando com a Verª Fernanda, porque, se essa política de abonos pega, acaba a carreira, acaba a dignidade profissional.

Nós assistimos, em outras esferas, a esses ajustes que são feitos ocasionalmente e que acabam se incorporando ou se naturalizando como uma forma de retribuir os trabalhos dos servidores públicos. É o caso dos contratos temporários no Estado. Escolas técnicas estaduais, hoje, são basicamente constituídas por contratos temporários, e é muito difícil para uma direção, para uma equipe pedagógica, constituir um processo continuado de qualificação, que dirá as escolas técnicas poderem se renovar, e atender ao mundo do trabalho, dos desafios contemporâneos! Lembro que o abono é aplicado para a faixa mais baixa, que é o padrão dois. É inacreditável que tenhamos, na Prefeitura, ainda, três mil funcionários recebendo um valor abaixo do salário mínimo!

Eu queria também, no tempo de Liderança do meu Partido, registrar que, daqui a pouco, discutiremos os Vetos do Plano Diretor, e há alguns elementos pelos quais entendemos que não é possível aceitar os Vetos. Um dos temas é a habitação popular, de os recursos do Solo Criado serem encaminhados à habitação popular, o que, para mim, é uma questão fundamental, porque ou nós fazemos essa quase solidariedade entre classes sociais, Ver. Pujol, porque quem pode comprar solo acabaria beneficiando quem não tem moradia. Eu acho que isso é bonito! É a única forma, Ver. Braz, de a gente construir uma sociedade mais justa, com essa solidariedade entre classes, essa compensação. Já que vamos adicionar solo na Cidade, que a gente pelo menos esteja beneficiando quem precisa de moradia digna.

Quero aqui fazer aqui um registro, porque tenho certeza de que a minha Bancada tem muitas pautas represadas com o DEMHAB. Eu sou uma que estou pedindo reunião com o DEMHAB para falar sobre a situação das famílias da comunidade chamada Hospital, lá onde seria o hospital que o Montepio iria fazer lá na Protásio Alves. Nós temos lá oitenta famílias que ocuparam a área há mais de cinco anos. Vocês têm que ver as condições em que vivem essas famílias; quando chove, é barro. Infelizmente, o Dr. Goulart, que é muito querido, muito amado, me encontra nos lugares: “Não vou te atender”, e nós não conseguimos sequer reunião com a Prefeitura para encaminhar. Eles gostariam inclusive de ir para as casas da Chocolatão - é uma situação em que algumas famílias topam sair de lá -, e outras estão pedindo para ficar no espaço.

Então, é necessário que haja recurso para habitação popular; está colocado isso na pauta.

Assim, eu acho, Ver. Nilo, que não dá para a gente aceitar esse Veto. Acho que os recursos que vêm de Solo Criado, que são novos recursos, que não são do Orçamento ordinário da Prefeitura, têm que ir para a habitação popular.

Por outro lado, seguindo no tom em que vinha a Fernanda, o que a gente está assistindo de situações na natureza, como na China, esses grandes abalos que a natureza está produzindo - que, na verdade, nós, seres humanos, é que produzimos na Terra - têm de nos dar algumas lições. Então, o Veto aos 60 metros da orla, à proteção da orla, à garantia de acesso, cabo a rabo da orla do Guaíba também acho que é um Veto que vem na contramão das medidas para as quais mundo, o meio ambiente, a sociedade, todos, Ver. Beto Moesch, estão apelando; todos estão dizendo que precisam ser tomadas medidas localmente. Cada cidade, cada Município, cada rua, cada família, Ver. Toni Proença, tem que tomar consciência, e não misturar lixo, procurar fazer lixo zero, porque a Terra está em transe, e todas as medidas possíveis e imagináveis têm que ser tomadas no sentido de preservação da natureza. Faço aqui o nosso apelo, Ver. Braz: vamos sentar, vamos construir o que é possível acolher, mas há questões que são fundamentais e que a Cidade quer ver preservadas. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Requeremos, eu e o Ver. Reginaldo Pujol, Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro, que sejam transferidos para a semana que vem os tempos de hoje de Grande Expediente e Comunicações, exatamente na ordem em que estavam no dia de hoje - ouvido o Plenário, é claro.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento de autoria dos Vereadores Pedro Ruas e Reginaldo Pujol, que solicita transferência do tempo de Grande Expediente e Comunicações de hoje para a próxima semana. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, o pronunciamento da Verª Sofia Cavedon nos inspira a manter o assunto na linha por ela detalhada. A Vereadora, com muita propriedade, fala da necessidade de que a habitação popular seja priorizada no Município de Porto Alegre e que não se poupem esforços e nem se deixe de estabelecer mecanismos que possibilitem que isso ocorra.

Aliás, Vereadora, V. Exª tem toda a razão. O principal programa do Governo Federal na área da Habitação, que é o Minha Casa, Minha Vida, tem enfrentado dificuldades imensas na sua área fundamental, no meu modo de ver, que é de zero até três salários mínimos.

O jornal Folha de São Paulo da semana passada, dia 13 de agosto, sexta-feira, inclusive traz uma matéria muito elucidativa sobre o assunto. A manchete até não é muito favorável ao Governo, quando fala que a “Caixa [Econômica] esconde números desfavoráveis ao Governo”, dizendo que o Programa “Minha Casa, Minha Vida” só concluiu 1,2% dos imóveis na faixa até três salários mínimos. O Programa vai muito bem nas áreas de três a seis salários mínimos e falta dinheiro, inclusive, para a faixa de seis a dez salários mínimos, que eu acho que não é a nossa preocupação principal.

Hoje, inclusive, Verª Sofia, o Prefeito assinou um anteprojeto numa proposição que está sendo encaminhada à Câmara, para que nós isentemos de Imposto Sobre Qualquer Natureza as construções até três salários mínimos. Isso vai reduzir o preço da casa em 1,2%. É pouco? É quase nada, mas é uma, duas ou três prestações que vão deixar de ser pagas pela população a ser beneficiada e vai ajudar a viabilizar o Programa nessa faixa, complementando alguns esforços que nós já vínhamos realizando aqui, entre os quais a Casa, depois de boa discussão, da qual eu fui um dos maiores protagonistas, decidiu transferir para a Caixa Econômica Federal inúmeros terrenos, para que sejam viabilizados projetos nessa área, de até três salários mínimos, de tal sorte que o custo do terreno não incida nesse fato.

Eu entendo até que a gente teria que ir mais longe; nós teríamos que encontrar fórmulas para que o DMAE colocasse a rede de água nessas áreas, sem ônus; que a CEEE colocasse a rede de energia elétrica, mas eu não posso ir “além das chinelas”.

Quando foi lançado o Programa aqui, pelo Ver. Comassetto, eu não tive dúvida nenhuma, Ver. Braz, em afirmar o seguinte: esse Projeto, para ser melhor, basta ser realizado, basta ser exequido. Questionei, inclusive, o gerente da Caixa, que, muito gentilmente, expunha o projeto, e, lamentavelmente, Ver. Braz, eu tinha razão, é muito difícil se fazer, se enquadrar projeto para essa faixa de renda. Este um povo que, mal e parcamente, consegue sustento para sua alimentação, para seu remédio; não sobra dinheiro para ele, é o cara que vive hoje na sub-habitação. Se não houver um forte subsídio nessa área, esqueçam, não há Programa que vá sobreviver. A Restinga se instalou, a Nova Restinga, porque, no seu embrião, na sua origem, os Governos da época - do Prefeito Telmo Thompson Flores e, posteriormente, do Prefeito Guilherme Socias Villela - claramente assumiram a responsabilidade de criar um subsídio forte naquela área, não cobrando pelo terreno, não cobrando pela infraestrutura, sem o que não se viabiliza. Então, eu falo, desculpem a...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos assiste pelo Canal 16, esta tribuna não deve ser usada para falar de futebol, mas acho que não se pode deixar de enaltecer e parabenizar a torcida do Sport Club Internacional, assim como do Rio Grande do Sul e do Brasil, pela vitória de um clube brasileiro na Copa Libertadores da América, não é, Ver. Reginaldo? Parabéns a toda a torcida do Sport Club Internacional e ao Brasil por essa conquista. Quero aqui buscar um assunto que já está nesta Casa, que é o Plano Diretor, Ver. Reginaldo Pujol.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Reginaldo Pujol.)

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Com certeza, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Reginaldo Pujol fala que, se o Internacional precisar de ajuda, o Grêmio, que já tem bastante experiência, o ajudará. Já ganhamos duas vezes a Copa Libertadores da América, e o Rio Grande do Sul já venceu a Copa Libertadores quatro vezes, isso é importante para o nosso Estado. Ao Ver. Adeli Sell, que tem uma relação muito grande com o ramo hoteleiro, quero dizer que, ontem, todos os hotéis de Porto Alegre estavam lotados, o jogo de futebol movimenta toda a economia - por isso a importância do futebol. E àqueles que são contra, Ver. Airto Ferronato, sediarmos a Copa em 2014, isto é uma amostra: num jogo de final da Copa Libertadores, os hotéis da cidade ficaram lotados, o que quer dizer que movimentou a economia da Cidade. Com certeza, será a mesma coisa na Copa do Mundo de 2014, que vai movimentar a economia da nossa Cidade, do nosso País.

Quero falar, antecipadamente, Ver. Reginaldo Pujol, o senhor que é um grande estudioso do Plano Diretor, a respeito do Veto do § 1º do art. 126 do Plano Diretor, o qual foi vetado pelo nosso Prefeito e com o qual fiquei muito preocupado, atento a essas questões da nossa Cidade. O art. 126, Ver. Reginaldo Pujol, fala sobre os postos de abastecimento (Lê.): “São atividades de impacto, conforme disposto no Anexo 11.1, devendo observar o disposto no Anexo 10, bem como as demais restrições impostas para atividade varejista de produtos perigosos”. Até aí, tudo certo, mas o Prefeito veta o § 1º - eu vou ler agora -, que é o que me preocupa (Lê.): “Veda a instalação de postos de abastecimento em locais que concentrem grande público, em proximidades de locais incompatíveis com esse tipo de comércio, como presídios, estabelecimentos industriais, unidades de conservação ambiental, cruzamentos importantes para o sistema viário e em áreas consideradas de risco como túneis, subestações, instalações militares ou depósitos de explosivos e munições, bem como em locais que distem menos de 500 metros de posto já existente”. O que significa, Ver. Brasinha, este Veto do nosso Prefeito? Significa que os postos de gasolina não precisam estabelecer uma distância mínima de 500 metros aos postos já existentes e que, daqui a pouco, também poderá se construir postos dentro de supermercados, ao lado de presídios, de hospitais, mas, como todos nós sabemos, os postos de gasolina podem ser um risco à segurança da nossa população.

Então, esta Câmara, os Vereadores desta Casa, tiveram a preocupação de colocar um parágrafo que determinava um mínimo de segurança nesta Cidade, Ver. Adeli Sell, que houvesse uma distância mínima de 500 metros dos postos já existentes e desses locais de grande concentração de pessoas. Não entendi por que o Prefeito veta e, com isso, libera a construção de postos de gasolina em qualquer lugar, e tenho certeza de que, apesar de ser a favor de concorrência, não é só esse o problema; é um problema de segurança, Ver. Airto Ferronato. Quando você libera para construir postos de gasolina ao lado de hospitais, dentro de supermercados e em qualquer lugar da Cidade, é uma questão que nós, Vereadores desta Casa, devemos ter cuidado para colocar um limite, pois nós temos que ter limites em tudo. Acho que o Prefeito se equivocou ao vetar este artigo, e nós, aqui nesta Casa, devemos derrubar este Veto, para manter, em primeiro lugar, a segurança da cidade de Porto Alegre, antes de qualquer coisa. Não podemos, simplesmente, pensar em lucro e em uma concorrência desenfreada. Temos que colocar limites, e esta Casa se preocupou com isso, fazendo um artigo justamente para colocar limites. Infelizmente, o Prefeito está vetando.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores presentes; nossos telespectadores e ouvintes nesta tarde de hoje, eu quero fazer uma breve reflexão sobre o conteúdo do Código de Posturas da Cidade de Porto Alegre, Lei Complementar nº 12, de 1975, com as alterações até a Lei Complementar nº 642 - friso - de 2010. No seu art. 18, em nosso Código de Posturas, temos algumas proibições previstas para a Cidade. E eu quero registrar o inc. XX desse art. 18 (Lê.): [nos logradouros públicos] “É proibido colocar, colar, fixar, pregar, pichar ou pintar em postes, muros, paredes cegas, túneis, viadutos, pistas de rolamento de tráfego, rótulas, passarelas, árvores, praças, jardins, refúgios (...), canteiros, obras de arte e monumentos públicos, abrigos de paradas de ônibus, pontes, mesmo com a utilização de colunas, cabos, cavaletes [repito: cavaletes], fios ou outros meios...”. Nós estamos começando a perceber que a cidade de Porto Alegre está sendo poluída por cavaletes. E aqui em Porto Alegre, Ver. Toni Proença, e meu caro Presidente, Ver. Mario Manfro, nós temos essa vedação. E eu quero fazer o registro para que o Executivo Municipal de Porto Alegre perceba a existência dessa Lei e que, em Porto Alegre, exemplarmente, não tenhamos nenhum cavalete nas nossas ruas, parques, praças, rótulas, avenidas, canteiros, já que a Lei de Posturas do Município de Porto Alegre não permite esse tipo de equipamento. Então faço esse registro para sinalizar a nossa preocupação com relação a isso na cidade de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Mario Manfro, colega de Comissão de Saúde, cirurgião-dentista, subo a esta tribuna para destacar cinco situações que acho de suma importância, e é fundamental que a gente possa se referir a elas. Primeiro, eu queria agradecer profundamente à CDL a recepção que nos deu, quando pudemos falar sobre planejamento familiar no Projeto Pescar. Sem dúvida nenhuma, o Projeto Pescar é uma grande iniciativa para que os jovens realmente possam adquirir uma cidadania de forma independente e que possam avançar com informação, conhecimento. Então, eu agradeço a grande recepção que tive na sede da CDL.

Em segundo lugar, eu queria nominar e destacar a nossa programação matinal, minha e do Ver. Nedel, hoje, que foi a presença, no início, do Programa de Sanidade Animal que foi implantado em Porto Alegre, com iniciativa do Sindicato Rural, sob a presidência do Sr. Cleber. Realmente, são iniciativas como essa, com Parcerias Público-Privadas - lá estavam presentes o Secretário da SMAM, Professor Garcia; o Secretário Valter Nagelstein, da SMIC - que realmente engrandecem o processo de trabalho nesta Capital, que é inigualável, até porque só existem duas capitais no País que têm área rural: Porto Alegre e Palmas. Então, eu quero destacar o trabalho do Sindicato Rural, na pessoa do Cleber, e quero agradecer profundamente, como membro do PDT, a lembrança que foi feita lá ao Ver. Ervino Besson. Quero destacar que foi dele a iniciativa - claro que empurrado pelo Sindicato Rural - de apresentação do Programa de Sanidade Animal. Certamente, ele estava lá entre nós hoje pela manhã.

Quero reafirmar aqui o que falei na Reunião da Comissão de Saúde, na terça-feira: acho que um sistema de Saúde, para ser um sistema correto, um sistema pelo menos razoável, tem que ser integral e integrado. Então, sistema de Saúde não se faz só com Programa de Saúde da Família; se faz, sim, com UPA e se faz também com a construção de hospital: setores primário, secundário e terciário. Então, não concordamos com algumas colocações que foram feitas lá, principalmente no sentido de afastar a UPA do Hospital Parque Belém. Somos favoráveis a que o Hospital Parque Belém seja contemplado com uma dessas quatro UPAs, porque ele, sim, tem potencialidade de se tornar o HPS da Zona Sul, o pronto-socorro da Zona Sul, porque lá já tem serviço de traumatologia, tem serviço de neurologia funcionando, e uma UPA poderia potencializar as ações do Hospital.

Quero destacar me referir à questão, mais uma vez, do abono. Conto com o apoio e com a ajuda de todos os colegas, para que possamos votar a questão do abono aos médicos, que possamos trazer um pouco mais de tranquilidade à categoria e que possamos fazer isso semana que vem.

E, por fim, Ver. Paulinho Rubem Berta, gostaria de destacar a mobilização da comunidade do Lami, que V. Exª muito bem presenciou, a busca dessa comunidade no sentido de uma condição digna de vida, uma condição digna com luz. O Ver. Paulinho Rubem Berta nos acompanhou, acompanhou essa comunidade numa visita à sede da CEEE no sentido de, realmente, poder fazer com que essa comunidade tenha um serviço satisfatório de energia elétrica. Quero dizer que ainda espero, e tenho muita esperança, que, realmente, a CEEE possa fazer com que aquelas palavras que foram ditas lá pelos seus membros de diretoria se tornem efetivamente realidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Não havendo mais oradores inscritos, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h24min.)

 

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